#.40 Quem é a criança dos zero aos 7 anos? Qual é a sua necessidade e como ela aprende? Primeiro Setênio - Rudolf Steiner







1º. SETÊNIO – DO ZERO AOS SETE ANOS.

Neste período a criança aprende o “bom da vida”. Através da imitação e precisa de afeto, cuidado e aconchego de uma família

para perceber o prazer de viver.

Os brinquedos e brincadeiras devem ser instrumentos para um aprendizado da vida com muita liberdade e entusiasmo.

Então temos a vontade sendo trabalhada, estimulada e percebida através dos


“olhinhos brilhando”.

No primeiro ano o bebê aprende a andar, no segundo a falar e no terceiro a pensar. Então a criança saudável nesta idade já terá a tranqüilidade de brincar sozinha e também o entusiasmo de interagir em um grupo de amiguinhos.

Para uma educação correta é necessário buscar respostas para algumas perguntas.


1.a.) Como desenvolver um olhar para ela

de que existe um potencial infinito a ser desenvolvido?

Semelhante a uma semente onde existe a riqueza da diversidade e o divino do desabrochar humano, este olhar deve conter respeito, admiração e muita responsabilidade em transformá-la em uma árvore frondosa

e que no futuro possa servir a humanidade.

Neste período a criança aprende por imitação

e sua capacidade mental de entender através das explicações é muito restrita.

É importante dar um


apoio incondicional a esta criança

onde ela sinta que sempre terá alguém em quem poderá confiar e contar nas dificuldades da vida. Isto não significa não dar limites, mas sim estar presente nas alegrias e tristezas compartilhando momentos bons e de superação,

enfim ser amigo.

Valorizar e priorizar a importância dos relacionamentos familiares em mais quantidades de horas e qualidade na dedicação

e convivência entre os seus integrantes.

A rotina diária transforma os relacionamentos familiares em julgamentos, condenações e veredictos


e esquece-se de ouvir o outro lado, geralmente a criança.


É importante entender a diferença entre gastar o tempo em se preocupar com o que os outros falam e o que se passa dentro de cada criança.

Também precisamos desenvolver os talentos de cada um praticando o reconhecimento, o aconchego das idéias e o perdão.


1.b.) Como ensinar a capacidade de fantasiar, imaginar e criar imagens através do desenrolar das tramas de estórias?

Quando uma criança pequena vivenciou ouvir estórias narradas pelos pais na hora de dormir, provavelmente ela terá esta competência.

Então quando o professor estiver explicando uma matéria, esta criança estará criando cenas e imagens em sua mente

e memorizar o conteúdo será muito mais fácil.

Desta forma esta matéria será entendida em sua essência e não decorada.

Aprender a Linguagem das Figuras, antes de engessarmos a escrita em formas em preto é importantíssimo para a vida futura desta criança. Esse é o motivo de pessoas se transformarem em adultos

que não conseguem entender a beleza da natureza. E o bom dentro das pessoas.

Criar o hábito da leitura na sequência do segundo setênio dá magia a vida, mas para a criança ser feliz é de vital importância aprender a linguagem figurativa antes de aprender a ler e escrever.

Criar o hábito da leitura, é uma competência necessária para um futuro próspero.


1.c.) Porque as vivências “na natureza”

servem como base no aprendizado da vida?

A criança que recebe um ovo frito na mesa e simplesmente come mecanicamente sem saber a origem e o processo que passou para chegar até a sua boca,

percebe a vida de uma forma muito parcial

e “viver”torna-se um processo mecânico e sem graça.

É necessário que  a criança vivencie uma galinha botando um ovo,

a compra da caixinha de ovos no supermercado,

ver os pais fritando o ovo no fogão e depois a louça sendo lavada na pia.

Quando isto não acontece e os pais decidem por ela,

entender a vida para a criança será muito difícil.

E quando ela estiver longe dos pais, outros decidirão por ela.

A criança poderá ter uma personalidade fraca ou então se tornar um tirano.

Não terá o entendimento básico de se relacionar com outro ser humano,

servindo o outro.

É muito importante que nesta idade os pais narrem de uma forma lúdica e verdadeira tudo o que acontece ao seu redor, com princípio, meio e fim.

Desta forma ela construirá uma personalidade forte e íntegra,

sua vontade de atuar no mundo será estimulada e esta criança nunca terá tédio.

O mundo atual valoriza muito o conforto proporcionado pela tecnologia

e esquece a simplicidade das vivências na natureza.

Então a criança cresce sem andar descalço pisando a terra em terrenos irregulares, não sobe em uma árvore, não tem contato com diferentes formas, cores, texturas, tamanhos de folhas, flores e frutos.

Segundo Rudolf Steiner criador da antroposofia, temos 12 sentidos para perceber o mundo e seremos mais felizes, equilibrados e competentes quanto mais desenvolvermos estas percepções.

Vivências “na natureza” durante o período infantil trabalhará estes sentidos.


Os 12 sentidos estão divididos em tres partes.

A primeira parte são os quatro sentidos para nos aterrarmos na terra.

São eles o tato, movimento, equilíbrio e vital.

A segunda parte são os quatro sentidos para nos ligarmos ao divino.

São eles a palavra, o pensamento, a audição e o sentido do Ser do outro.

A terceira parte são os quatro sentidos que conectam as duas partes anteriores.

São eles: o olfato, o paladar, a visão e o calor.


1.d.) Porque o Brincar é coisa séria?

O brinquedo é um instrumento para praticar o “BRINCAR” que é um ato muito importante para o desenvolvimento anímico de uma criança.

Esta atividade é uma coisa muito séria e é feita com total dedicação e diferente do trabalho para o adulto que é dirigido de fora para o indivíduo,



A decisão do que brincar teria que iniciar dentro do seu Mundo Interno

nascendo a VONTADE com ENTUSIASMO

e então com elementos da natureza, a criança

aprende a imaginar e

criar o concreto no Mundo Externo.

A natureza possui diversidade, o plástico não

As coisas criadas pelo homem copiando a natureza são bem mais limitadas .


No brincar a criança interage com os elementos da natureza: terra, água, ar e fogo.

É muito importante a criança vivenciar atividades como empinar pipas,

soltar bolinhas de sabão ao vento, fazer uma horta, acender uma fogueira, contemplar o crepitar do fogo de um fogão de lenha, um barquinho de papel levado pela correnteza da água da chuva e um banho de cachoeira. 


O brincar é uma manifestação muito profunda que conduz ao fazer

e

através dele o homem inicia sua manifestação da essência humana.


Através desta atividade a criança aviva suas fantasias e a imaginação desenvolvendo a inteligência.

Os brinquedos industrializados totalmente prontos impedem que a criança tenha liberdade de imaginar, criar, projetar e completar. 

No conceito da Pedagogia Waldorf (criado por Rudolf Steiner) os bonecos(as) são feitos de lã de carneiro, algodão e tem uma postura ereta e as partes do corpo proporcionais a de um homem e entende-se que elas sejam semelhantes à criança.

Objetiva-se com os bonecos(as) o estímulo da imaginação porque com

o material natural com que é feita de forma artesanal,

temos diferentes texturas, cores e formas.

A criança acolhe a boneca em seus braços e rapidamente a temperatura do seu corpo passará para a boneca criando uma interação entre as duas de muito carinho.

As feições da boneca são pouco definidas para que as emoções da criança possam ser compartilhadas com a boneca criando um vínculo muito amoroso entre as duas.


Através dela a criança aprende a se conhecer através do “espelhamento”, exercita a sociabilidade e aprende a cuidar do outro ser humano.


A capacidade da imaginação da criança é desenvolvida através dos brinquedos e contos infantis, e tem uma importância vital

para o desenvolvimento da habilidade de comunicação

de nosso filho com outras crianças e com o mundo.

Imaginar figuras, cenários e enredos em nossos pensamentos, será a estrutura para que ela possa conseguir a inteligência lingüística.

O aprendizado de línguas também é muito facilitado

se a criança tiver a capacidade da imaginação.

No primeiro setênio a criança precisa de brincar muito e a função dos pais é proporcionar brinquedos e ambientes adequados ao brincar saudável,

que através da vivência ensine um mundo prazeroso, belo

e com infinitas atividades muito interessantes a serem desfrutadas.

A atividade de brincar proporciona o movimento à criança e a noção de seu espaço corporal externo e interno. 

Brincando com diferentes materiais como madeira, pedra, metal, água, terra, plástico ela aprende a perceber o quente/frio, mole/duro, rígido/flexível, leve/pesado, redondo/quadrado, grande/pequeno.

A beleza da diversidade das cores, a sombra e a luz. Andando de bicicleta aprende o equilíbrio e vivencia a liberdade.

Subindo em árvores aprende a equilibrar-se.

Um espaço de terra com galhos, tocos de madeira e

água imagina uma fazenda

e constrói casas, rios, árvores, pontes e estradas.

Brincar é aprender a imaginar coisas abstratas

que poderão se concretizar no futuro através da criatividade. Uma criança que vivenciou a natureza quando criança,

não a destruirá quando adulto.

Ela terá consciência...


Uma criança que vivencia uma infância rica em brincadeiras na natureza com muitos amigos, aprenderá a pensar imagens e sua criatividade será infinita.

Outro ponto importante é que esta criança aprende a estar no presente com a mente e o sentimento juntos, ou então dizemos concentrados

no que faz com toda a sua atenção.

Esta criança na idade escolar conseguirá prestar toda atenção na aula do professor e provavelmente não precisará estudar para as provas

como muitos fazem nos dias de hoje.

Uma criança hiperativa é fruto de uma infância sem movimentos

e poucas atividades em brincar.


Antecipar o ensino intelectual às crianças pode causar sérios danos ao seu desenvolvimento porque estamos antecipando a fase adulta.


1.e.) Como aprender o emocional através das  interações

entre as pessoas, animais e plantas?

A criança tem necessidade de interagir com outras crianças, vivenciar dividir espaços e brinquedos, aprender a perder e ganhar, compartilhar a

 atenção dos adultos, cuidar do cachorrinho, plantar uma alface, cuidar, regar, esperar e vivenciar o primeiro brotinho nascendo e depois comê-la e saboreá-la. Aprender a conviver com outra criança inicia seu aprendizado do que dizemos hoje as habilidades da Inteligência Emocional


1.f.)Porque uma criança faz birra?

Com 3 anos a criança passa pela primeira fase de separação do seu “eu”.

Até aquele momento não se escuta ela dizer esta palavra

e agora ela quer sentir sua personalidade.

É uma fase delicada que exige muito cuidado em não ceder à birra,

mas também não extrapolar para o outro lado

e bloquear as manifestações de sua vontade.


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