#.302 3º SETÊNIO
A ESCOLHA PROFISSIONAL — O CHAMADO DA ALMA
A escolha da profissão não é uma decisão racional. É um chamado da alma.
Mas como o filho poderá ouvir sua voz interior se os ruídos externos — as expectativas dos pais, a pressão da sociedade, o medo do fracasso — falam mais alto?
Ajudar um jovem a encontrar sua profissão é ajudá-lo a responder a quatro perguntas fundamentais:
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O que faço muito bem?
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O que faço muito bem, eu amo fazer?
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O que amo fazer, pode gerar valor e sustento?
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E esse fazer me permite continuar aprendendo com a vida?
Quando essas quatro respostas se alinham, nasce o destino.
Mas se as escolhas forem guiadas pela necessidade de agradar, de provar algo ou de não decepcionar, a alma se fecha — e o talento se cala.
A maior herança que um pai pode deixar é a liberdade interior para o filho escolher com consciência.
A PRESENÇA QUE GUIA SEM CONTROLAR
Não se pode guiar um jovem com rigidez nem deixá-lo solto no vazio da indiferença.
É preciso caminhar ao lado — presente, mas não invasivo; firme, mas não autoritário.
A amizade com os filhos nasce do diálogo diário, das conversas sem julgamento, das escutas que acolhem tanto o erro quanto o acerto.
Não é o controle que educa, é a confiança.
E confiança nasce quando o filho percebe que o adulto vive em coerência — que o que ele diz é sustentado pelo que ele faz.
Antigamente, os reis confiavam seus filhos a sábios que dedicavam a vida à arte de formar o ser humano.
Hoje, terceirizamos a educação às pressas, ocupados demais para ensinar o essencial: como sentir, pensar e escolher em liberdade.
E o resultado são jovens tecnicamente preparados, mas espiritualmente perdidos.
EDUCAR PARA O PROPÓSITO É EDUCAR PARA A VIDA
Uma educação verdadeira não forma apenas profissionais — forma seres humanos capazes de colocar sua inteligência a serviço da vida.
Cada filho vem ao mundo com dons e talentos únicos, sementes de uma missão pessoal.
A função dos pais não é decidir por ele, mas nutrir o solo onde essas sementes possam germinar.
Quando a alma é respeitada, o destino floresce.
Quando é podada, ela se revolta — e o vazio interior torna-se o preço da obediência.
Educar um jovem é convidá-lo a descobrir que liberdade e responsabilidade são irmãs inseparáveis.
E que o dinheiro, o sucesso e o prazer só fazem sentido quando servem à expansão da consciência.
Perguntas que despertam o adulto e libertam o jovem:
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Estou ensinando meu filho a obedecer ou a escolher com consciência?
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Transmito a ele confiança ou medo?
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O que em mim ainda teme o fracasso e projeta isso nas decisões dele?
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Tenho coragem de vê-lo seguir um caminho diferente do meu, e ainda assim sentir orgulho?
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